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A CONSCIÊNCIA DA FOTOGRAFIA, SEM PRECISAR FALAR.

sábado, 23 de junho de 2007 por Marcella

 



"FOTOGRAFAR É COLOCAR NA MESMA LINHA DE MIRA CABEÇA, OLHO E CORAÇÃO"



Henry Cartier-Bresson. Você já ouviu falar nesse nome? Pois bem, Henry foi o maior fotógrafo do século, estabeleceu as bases do fotojornalismo com a teoria do 'momento decisivo'. Nasceu em Chanteloup, França em 1908 e faleceu em 3 de agosto de 2004 aos 95 anos. Mas hoje eu não vim falar sobre a biografia de Bresson e sim sobre a sua paixão pela fotografia.


Homem de poucas palavras, gostava de passar desapercebido. Com sua Leica na mão fazia poesia com as fotos. Só tirava fotos em preto e branco. Não gostava de luz ofuscante, evitava a anedota, mas algumas fotos mostram certo humor. Desenhista, literato, prezava a liberdade e acreditava que devíamos questionar tudo, questionar sempre. Dizia que preferia o rádio pois esse veículo de comunicação aguçava a imaginação das pessoas. Amava a vida, a natureza; amava o que fazia.


Sua paixão inicial foi a pintura, achava que todos deveriam desenhar, não importa o resultado. Em 1931, aos 23 anos se apaixonou pela fotografia quando viu um retrato tirado por Martin Munkasci: 3 meninos negros nus no Congo, única foto colocada em sua parede. A partir daí não parou mais de fotografar. Ele apareceu como ninguém, sem ao menos, se exibir.


Sua primeira máquina foi uma Krauss segunda mão adquirida na África, país em que viveu por um ano. Tirou muitas fotos, mas, ao retornar à França revelou os filmes e constatou que a humidade destruíra seu trabalho, mas isso não o esmoreceu, outra bela qualidade deste gênio: audacioso, aberto às mudanças, nunca desistiu de nada. Vestiu a camisa da fotografia como ninguém, pois dizia que "se fosse uma pessoa que não se incomodasse, não seria fotógrafo".


Retratou a Segunda Guerra, tendo sido prisioneiro de guerra dos alemães por 3 anos e retornando a França sendo o principal documentarista da Resistência Francesa. Fundou uma empresa jornalística "Magnum Photos" que distribuía suas fotos para jornais de todo o mundo. Suas fotos são realmente mágicas, não precisam de palavras para explicar o que se retrata em suas imagens. Sempre falava também que a fotografia em si não o interessava e sim a notícia fotografada, a comunicação entre o homem e o mundo.



Parou de fotografar profissionalmente em 1973, voltando à sua paixão inicial, a pintura, e fotografando somente por prazer.



Mas ainda hoje é lembrado e ovacionado. Henry Cartier-Bresson mudou o conceito da fotografia, imprimiu o modo Bresson de fotografar, a medida certa de luz e sombra, o clicar no momento certo emoções que jamais se repetirão. Sem usar tripé, apenas com sua Leica na mão, que já não era franca, era encantada, admirável. Decidia com paixão...é só olhar sua trajetória de vida como homem e como profissional. Essa é a minha humilde homenagem a quem mostrou ao mundo que fotojornalismo também é uma arte tão linda e apaixonante, sua diferença consiste apenas na objetividade. Enquanto outras artes são uma meditação, a fotografia é um tiro, como definiu bem Henry.









" A fotografia por si só não me interessa, a reportagem em si, a comunicação entre o mundo e o homem com este instrumento maravilhoso que cabe na palma da mão que nos faz passar desapercebidos. É uma dança, entende? É uma grande alegria fotografar assim"




Henry Cartier-Bersson

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Puttin' on the Ritz – um pouco de cinema, moda e Hollywood!

sexta-feira, 22 de junho de 2007 por Darwin

 

Cinema e moda estão intimamente ligados. Até o século XV as roupas não se diferenciavam muito nas cores e estilo, a moda como conhecemos surgiu em meio ao renascimento cultural, os plebeus queriam se aproximar da nobreza e imitavam as suas roupas, os nobres mudavam o estilo das roupas constantemente para ficarem diferentes dos plebeus. O cinema surgiu no final do século XIX e com a sua evolução houve uma preocupação maior com o figurino, a partir desse momento cinema e moda passam a andar lado a lado.

As grifes viram a oportunidade de lucrar muito com a indústria cinematográfica. As pessoas assistem aos filmes e querem ser como seus heróis. Por exemplo, ao compra um terno Armani e dar um passeio pela cidade você não é apenas mais um vestido em um terno do rei de Milão, é o próprio Richard Gere em Bervely Hills no filme Gigolô Americano. Uma garota usando botas chanel pretas de cano alto e saias Kavin Klein se sente a Anne Hathaway em “O Diabo Veste Prada”. Esse é o objetivo do cinema e da moda, vender sonhos.

Até a década de 40 as produções eram muito exageradas, tudo era maior e mais caro que o normal, as pessoas iam ao cinema e se sentiam partes daquela realidade alternativa que se opunha ao que viviam. Nessa época o mundo todo estava em crise (grande depressão, 2 guerra...) . Na década de 50 usar jeans e camiseta virou sinônimo de rebeldia depois das aparições de James Dean em juventude transviada e Marlon Brandon em “Um bonde chamado desejo”. Em 1956 Brigitte Bardot apareceu usando um biquíni no filme “E Deus criou a mulher” , isso revolucionou a moda praia. E não podemos esquecer Marilin Monroe que foi a única atriz a se sustentar inteiramente na sensualidade, Grace Kelly que virou a personificação da elegância, claro que as roupas claras e a luz direta ajudaram a dar um ar mítico a suas personagens.

Na década de 60 Audrey Hepburn virou o ícone máximo que liga cinema e moda ao interpretar uma garota de programa em “Bonequinha de Luxo”, até hoje existem coleções inspiradas em seu personagem nesse filme. Com a corrida espacial, e a possibilidade de um futuro no espaço a moda refletiu a necessidade de estar preparado para esse futuro, no cinema isso pode ser visto em “Laranja Mecânica (mais uma vez citando esse filme)”.

Na década de 70 o filme estrelado por John Travolta, “Os Embalos de Sábado à noite” inaugurou a era disco, calcas bocas de sino, cintura alta, saltos plataforma (para homens e mulheres) se tornou peças obrigatórias para os que queriam estar na moda. Dois filmes nos anos 80 fizeram o mundo se render aos talentos de Girogio Armani, “Gigolô Americano” e “Os Intocáveis”, uma propaganda baseada nesse segundo filme foi premiada no festival de Cannes em 1992. Veja no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=jiG5CxoM180&eurl=http%3A%2F%2Foglobo%2Eglobo%2Ecom%2Fblogs%2Flula%2Fpost%2Easp%3Fcod%5FPost%3D13690

Ainda nessa década no filme Annie Hall de Woody Allen, a personagem de Diane Keaton usava roupas largas e masculinas, esse estilo ficou namoda até meados dos anos 90, esse estilo de roupa se popularizou em uma época em que as mulheres começavam a ocupar cargos mais altos no mercado de trabalho.

Nos anos 90 dois filmes merecem destaque. Pulp Ficition de Quentin Tatantino e Prêt-à-Porter de Robert Altman. O primeiro por falar de cultura pop, e por ter lançado moda. O cabelo e as roupas de Mia Wallace viraram moda na época, basta dar uma olhada naquele álbum de família, ou nos vídeos de casamento... O segundo filme é um dos melhores relatos sobre os bastidores do mundo da moda, o filme mostra o lado negro dessa indústria, o filme se passa durante a Semana de moda de Paris e tem no elenco Marcello Mastroianni , Sophia Loren, Julia Roberts, Kim Bassinger e Tim Robbins.

Dois filmes recentes tratam desse assunto: O Diabo Veste Prada e Maria Antonieta. O primeiro mostra as sutilezas da indústria da moda, focando na paranóia das pessoas que trabalham com isso, mas a história interessante, a excelente atuação da Meryl Streep e ser baseado em fatos reais não correspondem a 30% das razoes do sucesso do filme, o principal motivo que levou milhões de pessoas ao cinema para verem esse filme foi o figurino escolhido por Patrícia Field!Dolce & Gabanna, Valentino, Kalvin Klein, Donna Karan e Chanel são os protagonistas do filme. O filme faz uma crítica ao mundo da moda, mas é ofuscada pela sensação de consumismo que as pessoas sentem ao sair da sala (o que é perfeitamente compreensível). Maria Antonieta mostra a história de uma das figuras mais fúteis da história, ela gastava fortunas em roupas,sapatos, festas, doces... Acredito que tenha sido a primeira vítima fatal da moda. Esse filme mostra a bem a questão do consumismo, em uma cena a diretora e ex-estilista Sofia Copolla mostra o momento das compras da rainha, alternando imagens de doces e roupas ao som de “I want Candy” do Bow wow wow., essa cena ilustra o prazer diante da compra, tudo nela parece comestível. Sofia Copolla disse que queria deixar tudo “doce para os olhos”. Estilistas de peso assinaram o figurino do filme, Karl Lagerfield, Christian Dior e John Galiano dirigidos por Milena Canonero, o filme ganhou o Oscar de melhor figurino.



Para terminar, na última edição de inverno do SP Fashion Week 16 desfiles tiveram suas temática inspiradas no cinema, filmes como Mad Max, Laranja Mecânica e Maria Antonieta inspiraram as coleções de inverno em 2007. E depois de ler tudo isso vem àquela dúvida, a arte imita mesmo a vida? Acho que quando as coisas envolvem moda e cinema a vida pode muito bem imitar a arte.


Curiosidades:
- Puttin' on the ritz é uma música de Fred Astaire que fala sobre cultura pop, e a expressão tem o mesmo sentido de " ponha isto na moda".
- O figurino usado por Meryl Streep em "O diabo veste prada" foi baseado na usado por Audery Hepburn em "Bonequinha de Luxo"

Dicas:
- O cineclube da casa amarela está com a mostra Vilãs Memoráveis em cartaz, toda segunda 19h
- dia 01/07 o documentário Sábado a noite de Ivo Lopes de Araújo vai passar na Tv Cultura, fique atento a programção... depois informo melhor o horário....

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Especial: Ricardo Guilherme e o Teatro Radical.

quinta-feira, 21 de junho de 2007 por Dan

 


Muito tenho dito do teatro como arte e de forma universal. Hoje, porém, publicarei a primeira parte de uma entrevista com uma grande personalidade do teatro: Ricardo Guilherme! Ator, dramaturgo e diretor teatral, Ricardo, é um dos maiores nomes do teatro cearense, brasileiro e até mesmo mundial. Foi criador do Teatro Radical, que será tema da próxima semana.

A entrevista que segue a baixo é a primeira parte da riquíssima e maravilhosa entrevista realizada semana passada com o próprio Ricardo Guilherme. Devo creditar, antes de tudo, essa matéria ao meu grande amigo que desenvolveu as perguntas para a entrevista: Pedro Guimarães. Sendo assim, coube a mim apenas os meios de idealização, produção e realização da matéria.


ENTREVISTA DE DANIEL BANDEIRA COM RICARDO GUILHERME

1. Desde quando o senhor sentiu interesse por Teatro? Onde buscou aprendizado? Quais as suas maiores influências?

Meu aprendizado inicial nasce da dramatização da Palavra. Em 1969, aos 14 anos, eu já atuava em radionovelas nos estúdios da velha Ceará Rádio Clube. No ano seguinte, estreei no Teatro. Minha formação cênica é de autodidata. Ainda na adolescência descobri autores fundamentais como Stanislavski, Brecth, Artaud e Grotovski, dentre outros. Mas fiz também estudos de temas diversos: artes em geral, literatura, educação, comunicação social, psicologia, história, antropologia, filosofia, sociologia etc. Intuía que um ator deveria ser um humanista e que, portanto, não poderia se limitar apenas a fazer leituras sobre Teatro. Tive também o privilégio de ter como mestres Waldemar Garcia - que me despertou para a cultura teatral dos clássicos - e Clóvis Matias - que me motivou a pesquisar os folguedos, os melodramas de circo, os palhaços. Minha estréia teatral se deu na tradicional peça O Mártir do Gólgota. Este espetáculo era uma espécie de encontro de gerações. Nele atores veteranos e emergentes partilhavam experiências. Desde então, aprendi a reconhecer nos atores do passado um patrimônio de conhecimento que tem de ser reprocessado, redimensionado por novos modos do fazer teatral. Além de ter no Ceará a oportunidade de trabalhar com atores veteranos, pude ver em cena figuras oriundas da primeira metade do século XX, como, por exemplo, Dulcina de Moraes, Procópio Ferreira, Iracema de Alencar, André Villon, Henriette Morineau, Eva Todor e principalmente Dercy Gonçalves, que julgo ser a atriz mais radicalmente emblemática do século. Mais do que uma atriz, a Dercy é uma matriz. No Brasil, é ela que traz a marca do ator-cidadão, cuja representação filtra a personagem e a concebe perpassada pela personalidade do intérprete. A Dercy foi pós-moderna antes do modernismo, já era em pleno século XX uma típica atriz do século XXI ao se apoderar, ao se apropriar de tudo que fez e por ser, assim, autoral. E das matrizes de atuação dessa atriz de cem anos deriva o ator contemporâneo. Por exemplo, a Denise Stoklos. Na postura diante da vida e do teatro, ela é uma Dercy do Terceiro Milênio. Quanto a mim, acho que o meu viés de representação tem também sintonias dercyanas. As viagens que fiz (Espanha, Portugal, França, Alemanha, Angola, Argentina, Tunísia, México, Nicarágua, Cuba, etc.) me possibilitaram criar analogias, análises e subsidiar uma compreensão sobre o teatro, para ser um ator que, sim, estuda cientificamente o teatro, com todos os aportes que a contemporaneidade propicia, mas que não deixa de levar em conta o cabedal da tradição. Considero que, hoje, sou resultante dos desdobramentos de todos esses processos.

2. De todos os trabalhos realizados, quais se tornaram mais marcantes?

São quase 40 anos de carreira, mais de cem trabalhos realizados. Estive em diversos grupos e em todos eles realizei trabalhos que ampliaram o espectro do meu aprendizado até que em 1978 fundei o Grupo Pesquisa que produziu, em 1981, o solo Apareceu a Margarida, de Roberto Athayde, peça com a qual excursionei por inúmeros países. Esta montagem seria o marco de uma nova fase. Constituem outros destaques as montagens que foram marcos históricos na minha trajetória para o desenvolvimento da pesquisa sobre a Radicalidade:

1. Valsa Número Seis, primeira direção radical (1990);

2. Sargento Getúlio (1991), minha experiência inicial como ator na poética do Teatro Radical;

3. Flor de Obsessão (1993), por sua polifonia, seu caráter épico e despojado;

4. A Cantora Careca (1994), primeiro espetáculo não-solo do Radical

5. 68.com.br, por ter sido a primeira peça a reunir em cena todos os atores da Associação de Teatro Radicais Livres, consolidando o Radical como a poética de um grupo coeso (1998);

6. A Divina Comédia de Dante e Moacir (2000), por reafirmar o compromisso da minha dramaturgia com os arquétipos da cearensidade.


Segue abaixo uma breve cronologia do trabalho de Ricardo Guilherme no teatro:

Ator, dramaturgo e diretor teatral, com uma teatrografia de mais de cem espetáculos realizados, em quase quarenta anos de atividade, numa trajetória nacional e internacional, em que figuram temporadas em países da Europa, África e das Américas, além de prêmios como o concedido em 1987 pela UNESCO.
Historiador, com livros sobre a história do teatro cearense, premiado pelo Ministério da Cultura, nos anos 1970, por seu trabalho de pesquisador.
Contista, cronista, poeta, com obra publicada pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, Fundação Cultural de Fortaleza e Fundação Demócrito Rocha.
Jornalista desde 1978, com trabalhos de reportagem premiados pela Fundação Nacional de Artes Cênicas.
Professor da disciplina História do Teatro Brasileiro, desde 1979, no Curso de Arte Dramática da Universidade Federal do Ceará, com experiência de ensino em diversas universidades da Europa, da África, da América Central e da América do Norte.
Representante do Brasil em inúmeros festivais mundiais de teatro e congressos internacionais de encenação e dramaturgia.
Especialista em Comunicação Social e em Arte-Educação, reconhecido como Notório Saber em cursos de pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba e Universidade Nacional de Brasília.
Fundador do Grupo Pesquisa (1978) e um dos integrantes da equipe fundadora da Televisão Educativa do Ceará (hoje TVC) e da Rádio Universitária.
Criador do Museu Cearense de Teatro (atual Centro de Pesquisa em Teatro)
Formulador da poética do Teatro Radical (1988).


Criador do Teatro Radical, Ricardo também fala da criação e realização do Teatro Radical, que serão publicados na segunda parte da entrevista, para o dia 28 de junho. Quero agradecer imensamente a enorme colaboração e disposição de Ricardo Guilherme, que se mostrou, desde o início, muito acessível para a realização dessa matéria. Ficam aqui registrados meus agradecimentos.


Como de habitual, divulgo aqui as Aulas Shows realizadas semanalmente por Ricardo:

  • Segundas-feiras no Teatro Universitário Carlos Magno, às 19:00. Entrada Gratuita.
  • Terças-feiras no Teatro SESC Emiliano Queiroz, às 19h. Entrada Gratuita.


Gostaria, também, de lembrar a peça:

TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA

Dias 21, 22 e 23 de junho às 21h no Teatro José de Alencar. Entrada: R$20,00/ 10,00 (torrinha); R$30,00/ 15,00 demais lugares. Montagem da Cia. Armazém de Teatro (RJ). Um grande sucesso de Nelson com um dos melhores grupos do país. Prêmio Eletrobras de Teatro 2006 (melhor iluminação, melhor cenografia e melhor figurino) e indicada a Melhor espetáculo e Melhor Direção.

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O Homem Espetáculo

terça-feira, 19 de junho de 2007 por Bruno Bacs

 





Em 1952, nasceu um artista em Recife. Aos 12 anos ele já tocava violino, instrumento que lhe abriria portas importantes para o cenário musical. Nos anos 1960, nosso artista se torna membro da Orquestra da Câmara da Paraíba e da Orquestra Sinfônica do Recife. Sua grande habilidade instrumental lhe levou a integrar o Quinteto Armorial, uma das peças do Movimento Armorial, que pretendia renovar cerâmica, tapeçaria, pintura, gravura, teatro, escultura, poesia e música com releituras dessas artes sob a visão da cultura nordestina, recriada pelos inúmeros participantes do movimento, orientado pelo folclorista, teatrólogo e, hoje, membro da Academia Brasileira de Letras, Ariano Suassuna.

Nosso personagem, Antonio Carlos Nóbrega, é um dos responsáveis pela brilhante execução e adaptação de peças populares e medievais para os cantares do romanceiro nordestino. A nova roupagem e personalidade dada àquele tipo de música contou com instrumentos caracteristicamente nordestinos: rabeca, pífano, merimbau, viola sertaneja; além de violino, violão e flauta transversa. O Quinteto lança 4 discos e dissolve-se em 1980. Em 1976, Antonio Nóbrega, somando o conhecimento adquirido sobre cultura popular ao musical erudito e às próprias experiências artísticas, desenvolve seu próprio trabalho. O homem espetáculo continuava se formando.

Em 1983, muda-se para São Paulo com sua esposa e "O maracatu misterioso" inaugura sua fase solo. Com Braulio Tavares e Romero de Andrade Lima, Nóbrega, nos espetáculos "Brincante" e "Segundas histórias", dá início a saga de "Tonheta", uma colcha de retalhos de diversos tipos populares que habitam as ruas e praças do Brasil. A epopéia picaresca desse personagem é contada por outros dois: "João Sidurino" e "Rosalina de Jesus" utilizando qualquer linguagem ou forma de comunicação (dança, teatro, música, mímica, circo, ventriloquismo,...)

O multiartista cria com sua esposa, Rosane Almeida, a Escola e Teatro Brincante, centro cultural que promove eventos e cursos. Nos anos 1990, continua ganhando prêmios: dois pelo conjunto de sua obra (Shell, 1994; Mambembe, 1996), outro por melhor show do ano (O Globo, 1996), além do Prêmio APCA de Projeto e Pesquisa Musical do Ano (1996).

Pendendo seu trabalho mais para a música desde 1990, o Antonio Nóbrega lança em 2006 o CD/Espetáculo 9 de Frevereiro¹, trazendo a todos a ciência do centenário do Frevo um ano antes dos festejos.

Superando as acusações de tomar o palco dos verdadeiros mestres populares partindo de pessoas incapazes de diferenciar referências e influências estilísticas de plágio, o homem espetáculo dá continuidade ao trabalho de seu mestre Ariano Suassuna e continua recriando a cultura popular brasileira, perdida em meio a enlatados estrangeiros sem conservantes.


¹ - 9 de Frevereiro é uma alusão à data da primeira aparição do nome frevo na imprensa, no "Jornal Pequeno" no dia 9 de fevereiro de 1907.

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"Propaganda é a alma do negócio"...

por Anônimo

 


... Como também a embalagem, a qualidade, o consumidor, o ponto de venda, o vendedor, a mensagem!

Uma das maiores provas da presença publcitária no nosso cotidiano está na nossa forma de falar. Sempre tratamos o produto pela marca. Damos o maior valor tomar um Nescau, não importando se aquele pozinho veio de um pacotinho com o nome escrito NESCAU, ou Showcalt, ou Toddy... Ou então quando vamos tirar uma xérox (ou xerox), o que na verdade não é uma xerox, mas sim uma fotocópia. Xerox é a empresa invetora e mais importante responsável pela fotocópia.

A propaganda destes produtos influiu tanto na nossa opinião que já não conseguimos estabelecer diferença entre o poduto e o seu nome. Um exemplo prático é quando usamos água sanitária ou Q´Boa, mas Q´Boa é a mesma coisa que água sanitária, só que a propaganda fez com que ela ganhasse uma fama de ser um produto com propriedades superiores a outras marcas, e nós, meros influenciados, acreditamos que pra tirar mancha ou acabar com aquela pecinha de roupa é Q´Boa nela!

Outro freqüente erro é o do Nissin Miojo, "vou fazer um Nissin Miojo pra mim", ah não vai não! Quer dizer, pode ir, desculpe-me, mas caso seja um miojo da marca Nissin, senão, é só um miojo (ou macarrão instantâneo - melhor esse que não tem erro). Ah! E o Bom Bril? É o campeão!Nossa... "Menino arruma aee um Bom Bril pra colocar nessa antena"... Quem garante que aquele pedaço de lã de aço num veio de um pacote de Assolan? Talvez porque falar Bom Bril soe melhor... Não, vou viajar não! Foi influência da propaganda mesmo, ainda mais por ser uma empresa tradicional, o que pode contar vantagem, afinal teve muito mais tempo pra infiltrar nas nossas cabeças como produto único.

Outra coisa é falar do produto quando ele é disparadamente visível melhor. Como você ter um relógio, ou um Rolex, ou um Timex; todos são relógios, eu sei, mas são Os Relógios. Porém isso vem de tradição das empresas. Não é porque elas conseguiram isso que chegam agora novas empresas tentando implantar a mesma idéia.Tomamos como exemplo as propagandas de celulares ("você não tem um celular, você tem um oi"), ou a da Brastemp ("assim, não é bem uma brastemp" - mas nem por isso deixa de ser uma geladeira). E a da Chevrolet? "Não é só um carro, é um Chevrolet!"; ah... É carro e acabou! Se ao menos fosse um Mercedes.

É! Erramos muito no nosso português, devemos prestar mais atenção no que dizemos, nossas idéias andam sempre em confusão. E tudo isso é culpa de quem? De quem? Do meu futuro eu: publicitária.

A publicidade age de forma tão sutil no nosso dia-a-dia que passa despercebidapara nós, mas com muito significado na conta bancária de um empresário.


*Com o esclarecimento de que xerox é uma marca, tiramos a conclusão da freqüente dúvida do erro entre xérox e xerox. O correto é xerox, já que a marca é Xerox.

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Web-Fonte

segunda-feira, 18 de junho de 2007 por Roger Quentin Pires

 



____Para produzir algo no ramo da comunicação é necessário informações e a maioria das matérias jornalísticas e das campanhas publicitárias contém informações fornecidas por instituições ou personagens que testemunham ou participam de eventos de interesse público, as fontes.
____Antigamente a maioria das informações estavam nos livros, afinal o computador e consequentemente a internet só apareceram no fim do século passado. Para saber uma informação sobre algo ou alguém era preciso corresponder-se por carta com alguém que pudesse ajudar ou procurar em livros, tornando o processo de pesquisa algo lento (muito lento). Essa situação parece ''pré-histórica'' quando já somos capacitados a achar informações em segundos pela internet ou até mesmo por uma tecnologia [quase antiga] : o telefone.
____Com a ajuda de sites de pesquisa na internet, principalmente o Google.com, o trabalho de pesquisa resume-se em digitar o que está procurando e, entre as inúmeras opções que o site lhe oferece, selecionar o que mais lhe convém.
____Fácil né? Aí que está a problemática. Apesar da facilidade e dinamicidade, as fontes que provêm da internet não são tão confiáveis. A verificação da veracidade das fontes cabe ao profissional, que opta, ou não, em usar informações de fontes certamente confiáveis ou de ''fontes frias''.
____Inclusive neste texto, você está lendo sem saber ao certo de onde tirei estas idéias, se são confiáveis, verídicas... e se eu não tivesse escrito isso, voçê nem olharia ali em baixo se tem as fontes deste texto. Nesse sentido, também é culpa do leitor esse descaso com a verdade da origem das informações, afinal, os leitores não se interessam em investigar a credibilidade dos textos ou imagens, limitam-se a achar bom ou ruim.
____É claro que não custa nada [aliás, é super importante] investigar a veracidade das informações que serão usadas; um telefonemazinho aqui, um e-mailzinho ali, uma lida num livro aculá... Pelo wikipédia.com eu não boto minha mão no fogo! Lá todos podem editar qualquer informação. Mas acredito fielmente no companheiro Google, isso até eu ter que pesquisar com mais profissionalismo, ou seja, entrevistar pessoas, ler profundamente sobre o assunto, saber a origem das informações e/ou imagens, pesquisar em livros, enfim... acho que os sites de busca são só facilitadores, não devem ser a fonte principal.




____::CRITIQUE-ME!!!:: >>>>>>>



*Notinhas nada haver com o texto:


-Nota 0 para a programação do ponto.ce
-Nota 5 para a greve dos servidores na UFC
-Nota 9.9 para o stencil ''social'' que ilustra algumas paredes da cidade
-Nota 10 para o recente Cine Ceará




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A literatura é sua festa, sua música, sua dança e seus 80 anos.

domingo, 17 de junho de 2007 por Beatriz Jucá

 

Escrever sobre literatura brasileira sem dedicar algumas linhas ao intelectual Ariano Suassuna teria o mesmo efeito de falar de Canudos sem citar Antônio Conselheiro. Assumindo um caráter cada vez mais nacionalista, o autor da famosa obra O Auto da Compadecida acabou se revelando um ícone na defesa da cultura brasileira e da literatura nordestina.

Escolhendo a poesia como primeiro gênero literário para a vasta produção que viria, Suassuna se destacou não só na literatura, como também no teatro e na arte. Foi professor de disciplinas como Estética e Cultura Brasileira, se consagrando como um gênio da cultura popular ao idealizar um movimento em prol da arte local, em 1970.

Enquanto muitos artistas tentavam se adequar à Ditadura Militar, Ariano não só mantinha suas idéias, como executava o Movimento Armorial em Recife, cujo objetivo consistia na criação de uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro.

Considerado único, Suassuna cria sua própria estética na produção do Romance d’A Pedra do Reino, que transcende um misto de poema, romance, crônica e sátira. E desse misto, vale salientar o aspecto de crônica, conseguido através do relato de casos supostamente históricos, como, por exemplo, a referência à morte de João Dantas, assassino de João Pessoa, no momento anterior à Revolução de 1930 e que acarretou a morte de seu pai, então Governador da Paraíba.

Tendo o sistema televisivo como um dos principais instrumentos de divulgação do seu trabalho, o escritor paraibano não se opõe à televisão, mas discorda com relação à falta de prioridade aos programas culturais e à ausência de uma visão mais crítica do telespectador. Afinal, a tevê não é somente arte, bem como entretenimento e noticiário.

Trata-se de um homem que lê de tudo. Um homem que utiliza diversos folhetos de cordéis e famosos romances publicados como inspiração e fonte de aprendizado. Um escritor que usa a sabedoria adquirida para compor uma arte graciosa e repleta de sonhos, poesias, lembranças, tradições, comédias e tragédias. Tudo isso com uma dosagem surpreendentemente harmoniosa de elementos literários e populares.

Foi esse literato que teve seus 80 anos comemorados por todo o país em 16 de junho de 2007. Foi ao recriador da cultura popular que os maiores jornais do Brasil quiseram homenagear na última semana. É esse intelectual que continua sua luta para evitar a descaracterização e vulgarização de sua cultura com a veia contraditória que sempre o acompanhou.

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