"Retrato em branco e preto"
sábado, 30 de junho de 2007 por Gisa Carvalho
Para denunciar a realidade feia que nos cerca, alguns fotógrafos recorrem às imagens em preto e branco a fim de dar um tom sombrio ao que se quer mostrar.
As fotos feitas nas ruas, mostrando a dura vida de quem sobrevive aos riscos do abandono, freqüentemente aparecem em preto e branco, representando a escuridão das vidas dessas pessoas. Gente que vive entre fogo cruzado não vê mais cor em suas vidas.
Já em fotografias de casamento, por exemplo, quando o recurso é utilizado, a imagem torna-se clássica, elegante. Muitas noivas não dispensam essas fotos tradicionais, que parecem antigas, da época em que ainda nem existia fotografia colorida. Essas fotos posadas buscam alcançar uma certa nobreza, uma beleza que realmente existe em fotos em preto e branco.
As fotos mais antigas, originalmente em cores neutras, são muito belas. As técnicas nem sempre eram conhecidas, portanto, dificilmente usadas. Mas algumas falhas, às vezes, dão um certo charme à imagem. E é exatamente esse charme que é procurado por fotógrafos atualmente. O preto e branco é constante em fotos feitas em estúdios.
As cores são muito importantes na expressão das imagens. A interpretação destas depende daquelas, que sempre querem dizer alguma coisa. É isso, a cor, as sombras, tudo faz parte da constituição de uma bela e expressiva imagem. O preto e branco causa diversos efeitos, dependendo do estilo de foto e do que ela pretende mostrar.
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Especial: Ricardo Gulherme e o Teatro Radical.
sexta-feira, 29 de junho de 2007 por Dan
Assim como disse na semana passada, hoje publico a segunda parte de uma entrevista realizada com Ricardo Guilherme: ator, dramaturgo e diretor teatral. Essa segunda parte foca-se no Teatro Radical, realizado e pesquisado desde 88 por esse gênio.
Para maior entendimento dessa matéria é fundamental a leitura da matéria da semana passada: http://blogemformacao.blogspot.com/search/label/Teatro
3. Quais as características do Teatro Radical?
Ao Teatro Radical interessa descobrir o átomo conflitual da cena. Por isso, a espinha dorsal do nosso processo metodológico vem a ser a busca do conflito radical que sintetiza a peça. Toda a nossa atenção se concentra em função da tentativa de evidenciar esse matricial, gerador e nutriente. O que nos interessa objetivamente não é encenar as situações dramáticas através das quais uma peça se desenvolve, mas sim representar o conflito fundamental, propulsor dessas situações. Para nós as situações são apenas efeitos de uma causa primordial que motiva, nutre e fundamenta todo o desenvolvimento dramático. Neste sentido, o nosso teatro é radical porque objetiva expressar as raízes, ou seja, as causas deflagradoras das situações. Fazemos, portanto, uma abordagem causal e não episódica dos fatos que estruturam uma peça. Para o Teatro Radical há uma dialética estruturante a ser descoberta por determinados procedimentos metodológicos e a ser expressada por matrizes imagéticas que vão traduzir no espetáculo a síntese da compreensão que fizermos. É, portanto, essa compreensão sintética que nós encenamos. Compomos matrizes dialéticas, nucleares, imagens que à medida que vão sendo repetidas vão adquirindo nuances, novas significações, derivações, decorrências da imagem primordial. Aplicamos o conceito de repetição criativa: a ação se repete, mas a repetição lhe acrescenta novos significados. O Radical é, por assim dizer, um teatro cosmogônico, pois se propõe a questionar as origens dos universos conflituais, suas matérias-primas, seus átomos, e a detectar as repercussões dessa espécie de conflito mater em todo o desenrolar da peça.
4. Quais as necessidades que o senhor sentia para criar o Teatro Radical?
Desde 1988, não me motivava a pesquisa da radicalidade do teatro no sentido histórico, de reconstituição dos primórdios do fazer teatral. Até porque sabemos que historicamente o teatro no Ocidente não surgiu como uma modalidade excludente de outras manifestações artísticas, mas sim como uma atividade multidisciplinar. Portanto, minha pesquisa não teria por objetivo o resgate de um teatro primordial mas sim a instalação de um teatro primário, fundado nos meios expressivos do ator, na versatilidade de sua fala e de seu corpo. Não me movia o desejo de reinstaurar o teatro no sentido de remontar às suas feições primordiais, históricas. A proposta do Radical não é fazer o ator reaprender o primeiro teatro, mas fazer o ator aprender e constituir o teatro primário. Para conceituar essa radicalidade, um dos pontos que, a princípio, logo se evidenciou foi a ênfase que deveria ser dada ao caráter de efemeridade do teatro, ou seja, ao fato de que uma encenação radical deveria depender exclusivamente das ações físicas e efêmeras do ator. No Teatro Radical é a figura do ator que instaura todos os significados fundamentais da encenação, criando imagens que estimulem a fabulação do espectador, imagens nas quais o espectador possa projetar a sua subjetividade e intervir com a sua imaginação e o seu discernimento. Essa vocação antropocêntrica e sintética que o Teatro Radical abraça remonta a Artaud e ao Grotovski dos anos 1960, com o seu conceito de Teatro Pobre, e se evidencia, por exemplo, em alguns princípios do Teatro Dialético, de Brecht, e do Teatro Antropológico, de Eugênio Barba. O Teatro Radical reprocessa e redimensiona essa tendência, estabelecendo especificidades teóricas e metodológicas. Mas há na nossa, digamos, bibliografia referencial outros autores, como Câmara Cascudo, Ariano Suassuna, Darcy Ribeiro e o livro O Tao da Física, de Kapra, cuja leitura me foi determinante para o estabelecimento da noção de complementaridade dos contrários.
5. Como o senhor avalia as experiências radicais de outros artistas, como Otacílio Alacran ("Quem dará o veredito?"), Joca Andrade ("Solo número 1 – Babel") e Hertenha Glauce ("Viúva, porém honesta")?
A experiência e as conceituações do Teatro Radical vêm sendo transmitidas às novas gerações. Há alguns grupos que têm o Teatro Radical como referência de estudo para a criação de seus processos criativos. Avalio essa absorção como extremamente salutar porque, além de repassarmos para outros o nosso pensamento, também aprendemos com essa diversidade de compreensões sobre a radicalidade.
6. Todo texto pode ser montado como Radical?
A aplicabilidade do Radical não exige um tipo específico de dramaturgia ou um pré-determinado contexto cultural. Qualquer peça é passível de admitir uma compreensão radical e de se deixar reger pela idéia de síntese conflitual que nós defendemos. As poéticas independem da dramaturgia. Independentemente das estruturas de uma dramaturgia, as possibilidades de concepções cênicas são múltiplas. As encenações são as repercussões de visões de mundo, são os recortes de um determinado entendimento. O Radical aciona os seus específicos mecanismos de entendimento. Trata-se de uma poética e não de uma estética. A sua sistematização, portando, configura uma metodologia que origina as estéticas de cada um dos diretores radicais. No entanto, as concepções formais provenientes da nossa metodologia de trabalho são resultados de opções deflagradas pela criação artística de quem monta esse ou aquele espetáculo na poética radical. O Teatro Radical não é a instituição de um padrão estético a ser clonado; é a instituição de uma estratégia metodológica, pois se estrutura em fundamentos macros, processuais, e não na uniformização dos espetáculos que venham a ser encenados a partir da observação a esses fundamentos.
7. O Teatro Radical ainda produz? O que podemos esperar de novo para os próximos meses?
O Teatro Radical continua, sim, produzindo. Além de montagens recentes, como a de Babel, houve a encenação, agora em 2007, de Teatra,
1. As supra-personas são figuras polifônicas que transcendem suas circunstâncias socioculturais. É uma tentativa de desvincular o Teatro da lógica da verossimilhança que circunscreve geográfica e historicamente o universo vivencial das personas. A pesquisa investiga a possibilidade de dar ao criador dramatúrgico total arbitrariedade poética para inventar uma supra-realidade. Busca-se a libertação total do autor no sentido de não fazer mais mimesis, recriações, mas sim criações de uma, digamos, “realidade supra-real”.
Como dica de espetáulo deixo o link de um misterioso amante da arte que vem fazendo um trabalho muito interessante para o meio teatral. O Divulgador de Teatro é um perfil anônimo que divulga espetáculos de teatro e dança na cidade de Fortaleza. Quem quiser e puder, confira as programações divulgadas por ele: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=13801357696647865123
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Oscar. Como tudo começou...
quinta-feira, 28 de junho de 2007 por Herbênya Alves
Todos os anos, as emissoras de televisão transmitem a entrega do que é considerado o mais importante prêmio cinematográfico: o Oscar. Mas, você já parou para pensar como surgiu o Oscar?
A idéia surgiu após a criação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que era formada por pessoas que faziam parte da indústria do cinema. Tais pessoas começaram a especular uma premiação que incentivasse uma melhoria da qualidade das produções. A premiação seria validada com a entrega de uma estatueta de um homem corpulento parado sobre um rolo de filmagem, de braços cruzados e, entre eles, uma espada. Primeiramente, o Oscar era feito de bronze, hoje em dia, no entanto, a estatueta é esculpida em estanho e banhada a ouro e platina.
Oscar é uma espécie de apelido para o Prêmio da Academia ao Mérito. Existem muitas histórias sobre como surgiu o apelido, mas não se sabe ao certo o porquê. Uma das mais difundidas é a de que uma senhora, membro da academia, dizia que a estatueta lembrava seu tio Oscar e, a partir de então, as pessoas passaram a se referir ao prêmio por este nome, usado oficialmente durante a sexta cerimônia de premiação.
A primeira vez que o prêmio foi entregue foi no ano de 1929 no Hotel Rossevelt,
Vinte e quatro anos após a primeira festa de entrega do Oscar, é que tal comemoração foi transmitida pela televisão (ainda em preto e branco). Treze anos mais tarde ocorreu a primeira exibição em cores.
Com a modernização dos meios de comunicação e a crescente importância que foi dada ao prêmio, as festas para a divulgação dos “melhores do cinema” foram-se tornando cada vez mais glamourosas. Passaram de simples festas em hotéis para apresentações extremamente requisitadas pela sociedade cinematográfica americana e por todos aqueles que estão envolvidos no mundo cinematográfico. Atualmente, receber um Oscar é sinônimo de prestígio e qualidade(?).
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Audiovisualize
quarta-feira, 27 de junho de 2007 por Darwin
O uso de imagens torna o show mais marcante, tem uma diferença enorme entre ver o T-Rex tocando Children of Revolution sem nenhuma imagem e ver o T-Rex tocando Children of Revolution com imagens de protestos, guerras e destruição da natureza em um telão atrás da banda. Em um dos melhores shows que já fui esse recurso foi explorado de modo genial. Em certo momento uma lua aparecia no fundo do palco e o atravessava durante a canção, em outro momento a imagem de dados presos em uma gaiola representava um canário que não cantava mais, sempre lembro dessas imagens quando ouço essas musicas. Por sinal esse foi o show Universo Particular da Marisa Monte, que passou por aqui no inicio do ano. Outra banda que utilizou as projeções de modo marcante foi o Pink Floyd, não fui a nenhum show, mas já vi o dvd várias vezes e sei do que estou falando, caleidoscópios, lançamentos de naves, explosões, tudo em perfeita sincronia com as músicas.
Na década de 90 com explosão da musica eletrônica isso ficou mais popular, a profissão do VJ ficou mais valorizada e os Artistas Audiovisuais ganharam espaço e respeito. Na musica eletrônica as imagens aparecem como complemento, intensificando o efeito que aquela musica tem sobre a pessoa.
Geralmente as imagens são projetadas depois que as musicas são concebidas, mas dois DJs ingleses, Graham Daniels e Tolly resolveram inovar ao construir músicas a partir de vídeos. O som do filme se tornou a matéria prima da mixagem, um tiro, um estalar de dedos, o ranger de uma porta, um barulho estranho que alguém fez com a boca, tudo vira música. Essa dupla que resolveu tornar tudo áudiovisualizável forma o Addictive TV, eles já fizeram comerciais, trailers, e muitos clips empolgantes. O melhor de tudo é saber que eles fazem isso ao vivo. A dupla fez alguns shows aqui no Brasil a alguns meses, claro que só passaram pelo Sudeste como quase todas as grandes bandas que passam por aqui, infelizmente.
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SP & RJ x O Resto do Brasil
terça-feira, 26 de junho de 2007 por Saulo Lima Lemos
Marcadores: Publicidade, Saulo Lima
Era uma vez...
domingo, 24 de junho de 2007 por Ingrid Baquit
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