Parafraseando Glauber Rocha
sexta-feira, 17 de agosto de 2007 por Darwin
A produção audiovisual aqui na província sempre foi muito limitada, mas algo novo está para acontecer. A possibilidade de um curso de graduação em “cinema” ou audiovisual( ou as duas coisas) promete mudar esse cenário patriarcal.
Nesse último dia 15 ocorreu o seminário que deveria esclarecer parte de nossas dúvidas, idealistas pela implantação do curso de cinema e audiovisual em Fortaleza. “Profissionais” e autoridades da área promoveram um debate insoso que só assustou os aspirantes a cineastas(entenda-se como cienasta pessoa que faz qualquer tipo de “cinema”) que ali perderam seus feriados. Como diria a nossa querida Regina Duarte, “ gente, eu estou com medo!” São muitas fôrmas e poucas formas criativas indo de encontro a interessantíssima palestra de Cinema Expandido do professor doutor André Parente. O auditório da reitoria, que por sinal já foi a residencia de uma nobre família portuguesa, foi palco da ratificação do patriarcalismo dos profissionais do glamouroso cinema.
O público preconceituoso e pedante não mediu esforços para alimentar seu ego em perguntas que mais pareciam discursos à Mussolini. O que acontece é que esses incríveis profissionais do audiovisual cearense temem a explosão de cineastas dessa cidade, e perderem o seu joguinho de cartas marcadas que garante o seu sustento no final do mês.
Os filmes são produzidos para um pequeno grupo que vai a festivais e considera a opinião de alguns críticos de cinema como absoluta. As outras artes não estão isentas desse tipo de patologia, qual seria o nome dela mesmo? Silismo? Bravocentrismo? Existem diversas variações para esse tema, mas o nome desse blog é Emformação não Investigação, e se fosse não seria de patologias artísticas(ou não).
O curso deverá ser implantado em 2009.1 e tomara Deus que fuja das fôrmas e preze pelas variadas formas. O problema da implantação não é o equipamento, os professores e nem mesmo o dinheiro. Falta consciência e preparo para os que dominam a sagrada arte do cinema aceitarem essa revolução eminente.
notas levemente descontextualizadas
-Hoje é a estréia do meu caro amigo João Ernesto no blog, e também é meu primeiro texto em dupla postado aqui!
- A mostra dos filmes de Bergman e Antonioni já começou e aqui está a programação
07/08 - A Hora do Lobo (Vargtimmen, 1968). D: Ingmar Bergman
14/08 - Para não falar de todas essas mulheres (For att inte tala om alla dessa kvinnor, 1964)
21/08 - Zabriskie Point (idem, 1970) D: Michelangelo Antonioni
28/08 - Depois daquele beijo (Blowup, 1966). D: Michelangelo Antonioni
Marcadores: cinema, Darwin Marinho, Ernesto
"Bom dia, tristeza"
quarta-feira, 15 de agosto de 2007 por Bruno Bacs
Como vocês podem perceber, o Preá está voltando para coluna dele. O tempo longe daqui me fez pensar demais, principalmente em: “e quando eu voltar? Escreverei sobre o quê?” A idéia veio. Juro que ia escrever sobre uma coisa boa. Mas, de repente, um tropeço na própria língua me fez cair e derrubar quem estava por perto e assim pude perceber que nem tudo estava tão bem. Uma música tema é sempre uma boa pedida. A melodia triste embala o seu dia, seus pensamentos são guiados por uma letra angustiante e reflexiva; facilmente percebo que “pode parecer que estou bem, mas estou quebrado em pequenos pedaços por dentro”.
É um belo dia para buscarmos a nossa música tema. No rádio, dezenas de músicas sobre relacionamentos terminados das mais variadas formas. Outras falando da sensualidade da mulher e de como usar ambas, a sensualidade e a própria mulher. Há ainda aquelas que não expressam nada ou quase nada, pois o mais importante é dançar e não ouvir,
Parece que nada me satisfaz. Talvez porque “nunca ninguém me viu com os olhos rasos d’água” e porque também “finjo-me alegre pro meu pranto ninguém ver, feliz aquele que sabe sofrer”. Até os que se apresentam mais insensíveis mostram na música alguma sensibilidade. O Matanza, no seu estilo rude, traz no seu countrycore de "Tempo Ruim", por exemplo, a dor de uma partida, a dúvida quanto a um futuro incerto, as dificuldades de uma vida renovada e os votos de felicidade para quem fica. Ainda assim não encontrei a música tema...
Na última tentativa de realizar tal feito, volto ao rádio. Depois de ouvir Amado Batista e Bruno e Marrone, minha esperança vai definhando e o sono ganhando força. Uma música consola: “Porto Solidão” e assim me despeço, pois sei que esses dias “são coisas da vida e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica”...
Um abraço murcho, frágil e triste, como uma “fulô” num inverno rigoroso, a quem teve paciência de ler até o fim. E outro bem carinhoso pra “fulô”. ;}
Apêndice
*Repertório incidental
Bom dia, tristeza – Adoniran Barbosa / Vinícius de Morais
Broken – Sentenced
Rugas – Nelson Cavaquinho
Tempo Ruim – Matanza
Porto Solidão – Jessé
Coisas da vida – Rita Lee
Está tristinho? Lê ouvindo Broken do Sentenced
Está bem triste? Lê ouvindo Coisas da Vida da Rita Lee
Está depressivo? Lê ouvindo Rugas do Nelson Cavaquinho, na voz de Beth Carvalho
Top25 - as 25 músicas mais tristes do mundo
[[[pra não ficar uma coisa jogada vale a pena conferir
Hurt - Johnny Cash
Concrete Angel - Martina McBride
Hallelujah - Jeff Buckley]]]]
Cenas dos próximos capítulos… Badi Assad
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LEAD JORNALÍSTICO
segunda-feira, 13 de agosto de 2007 por Roger Quentin Pires
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