Cinema, economia, sociedade e outras coisas...
sexta-feira, 8 de junho de 2007 por Darwin
Aproveitando o Cine Ceará hoje vamos falar de festivais!
Segundo o Guia Brasileiro de Festivais de 111 festivais serão realizados em 2007, em 2006 esse número era 72. Estima-se que esse mercado movimenta cerca de 20 milhões, vindos principalmente de patrocínios federais, e gera mais de 10 mil empregos. Também existem mais 100 festivais internacionais que recebem filmes brasileiros em mostras competitivas e informativas, a Ancine (Agência Nacional de Cinema) seleciona o filme e financia o envio e as passagens para os locais onde ocorrem os festivais. Mas qual a razão desses números? O único motivo para eles estarem aqui é impressionar, números sempre passam confiança, e nesse caso mostra um lado mais economista dessa "indústria do entretenimento". Além do Cine Ceará outros dois festivais serão realizados aqui na Terra da luz, o Curta-Canoa em setembro e o Nóia - Festival Brasileiro de Cinema e Vídeo Universitário em novembro. No nordeste esse ano serão 16, sendo quatro em Pernambuco, o estado dessa região com maior número de festivais.
Os festivais desempenham um papel essencial na divulgação da produção nacional, além de serem bastante democráticos quase sempre são gratuitos ou a preços populares, o que é muito importante visto os preços dos cinemas atualmente, mas o problema é fazer as pessoas que lotam os cinemas para ver Homem Aranha, Piratas do Caribe, Harry Potter, Shrek e companhia se interessarem em ver um filme de baixo orçamento que discute política, religião, arte, educação... Infelizmente a cultura de massa está bem distante do que é considerado "alta cultura”. Não que a maioria da população prefira coisas que não trarão nenhum acréscimo para sua consciência político-cultural, mas resolveram fazer a escolha mas simples. É mais fácil ir ao cinema e assistir um blockbuster que teve uma matéria em todos os jornais do que assistir aquele filme braseiro que teve uma nota inexpressiva perdida no meio do anúncio daquele blockbuster, mas essa já é outra discussão...
Infelizmente a semana em que os olhares da indústria cinematográfica brasileira estiveram sobre nossa cidade está acabando, e já encerraram as mostras abertas ao grande público. Quem não foi perdeu a oportunidade de ver bons filmes que não entrarão no circuito comercial e que dificilmente conseguirá ver de outro modo, além de ter diretores, produtores e atores bem acessíveis, o que é ótimo pra fazer contatos caso você queira trabalhar no meio. Não se desespere se você perdeu, ainda vamos ter outros festivais por aqui esse ano e dessa vez não troque a tela de cinema pela tela de TV ou computador...
Calendário dos Festivais Nacionais e outras coisas...
http://www.kinoforum.org.br/guia/2007/index.php
Agência Nacional do Cinema
http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home
Marcadores: cinema, Darwin Marinho
Música no museu, e de graça!
quarta-feira, 6 de junho de 2007 por Bruno Bacs
O "Música no Museu", como o próprio nome sugere, consiste na união de música e artes plásticas em ambientes como museus, centros culturais, estações de metrô, igrejas, sinagogas, fazendas... Proporcionando, assim, uma alta densidade cultural. O evento permite a integração entre jovens e consagrados instrumentistas, incentivando os novos talentos da música; a formação de novas platéias, pois possui um repertório eclético dentro da música clássica e da popular provocando a quebra de barreiras entre a música clássica e outros gêneros. Além do incentivo a visitação de museus.
No Brasil, o projeto teve início em 1997 no Rio de Janeiro, por Sérgio da Costa e Silva. Com o tempo expandiu-se para São Paulo, Florianópolis, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e muitas outras. Trazendo espetáculos temáticos sobre a exposição e agradando os espectadores, o projeto mantém o sucesso inicial. Tal expansão atingiu o nordeste este ano, com patrocínio do BNDES dentro da Lei Rouanet¹. O evento já aconteceu em Salvador, Bahia; Aracaju e São Cristóvão, Sergipe; Maceió e Deodoro, Alagoas; Recife e Olinda, Pernambuco; Natal, Rio Grande do Norte. Desconhece-se o motivo por Fortaleza, uma das grandes capitais do país, estar de fora de um evento cultural desta importância, no qual artistas brasileiros e estrangeiros, em solos e em grupos, promovem verdadeiros espetáculos para um público que já supera 180 mil pessoas nesses 10 anos. O perfil desse público é, na maioria, de pessoas da terceira idade, mas também conta com jovens interessados e alunos de escolas e universidades públicas, convidados pelo idealizador do projeto. As apresentações anuais do Música no Museu são divididas em 5 temporadas: Verão, Outono, Inverno, Primavera e Concertos de Natal.
Dentro do Música no Museu acontece o Festival Internacional de Harpas do Rio de Janeiro, hoje na sua segunda edição. Esse festival conta com o patrocínio da PETROBRÁS e das embaixadas e consulados dos 25 países envolvidos. A programação conta com 70 apresentações em 46 locais (museus, estações de metrô, Palácios do Itamaraty e de São Clemente,....). O homenageado do festival é Nicanor Zabaleta, considerado maior harpista do século passado.
A música brasileira e sul-americana, de Chiquinha Gonzaga² e Astor Piazzolla³ , por exemplo, estão no repertório interpretado por grandes nomes da música nacional como Turíbio Santos, Rosana Lanzellote, Paulo Moura, Nélson Freire e por revelações da música como Pablo Rossi, vencedor do Prêmio Nélson Freire de Piano. Músicas de Beethoven, Bach e do contemporâneo George Gershwin também estão incluídas nesse repertorio, evidenciando-se a qualidade musical do evento.
Algumas cidades estão fora do projeto por não terem profissionais especializados em Música Antiga e assim dificultar a execução da parte tradicional do repertório que necessita de instrumentos também tradicionais, como guitarra barroca, viola de gamba. Seria esse o motivo de Fortaleza estar de fora? Seria uma falta de incentivo à cultura do Governo do Estado? Ou seria uma despreocupação da Prefeitura Municipal com esse tipo de música? Uma coisa é fato: pouquíssimas pessoas comentam em suas conversas a existência desse tipo de música no Estado. Essa fraqueza da cultura de música intrumental se junta com o desinteresse de alguns em promover espetáculos como esse no Ceará. Parece que só sabemos nos divertir em shows, em festas e em cinemas. Não é surpresa nenhuma ver que os espetáculos teatrais também são pouco valorizados e que estes profissionais atuam com grande dificuldade, como já mostrou o Daniel Bandeira em sua coluna. É uma pena termos uma agenda cultural tão limitada.
¹ Lei Federal de Incentivo à Cultura, usada por empresas e pessoas físicas que desejam financiar projetos culturais.
² conhecida pelo grande público pela marchinha de carnaval "Ó Abre Alas"
³ conhecido pelo grande público pelo seu tango na trilha sonora de "Perfume de Mulher"
Marcadores: Bruno Preá, Música
Extra! Extra! "Bin Laden adora publicidade"
terça-feira, 5 de junho de 2007 por Anônimo
Marcadores: Publicidade, Sara Aragão
ENTRE[vistas]
segunda-feira, 4 de junho de 2007 por Roger Quentin Pires
_____O título desse texto é para chamar atenção de que uma entrevista, além de tudo, é uma conversa baseada na visão (ponto de vista) de entrevistador - com seus pensamentos ou representando os de uma empresa - e entrevistado - divulgando seu trabalho ou suas idéias ,através das respostas. Os Jornalistas usam da relação pessoal para fazer com que o entrevistado compartilhe informações relevantes, e, para isso, deve tratá-lo de uma maneira pessoal e confortável. Antes de mais nada, o entrevistado deve sentir-se beneficiado, de alguma forma, a passar uma informação.Os populares se sentem orgulhosos em ajudar numa investigação, os esportistas se sentem bem ao falar de sua atuação e os assessores de imprensa de pessoas consideradas ''públicas'' sentem-se satisfeitos em ver o trabalho de seus respectivos assessorados sendo divulgado nos jornais.
_____Entrevistar não deve ser só um jornalista absorvendo informações, deve ser também um entrevistado tendo espaço nos meios de comunicação. Pelo fato de os meios de comunicação serem dominados por empresas, muitas vezes as entrevistas são editadas para vender, o que mancha o jornalismo, o jornalista e o entrevistado.É preciso, acima de tudo, ter ética. Quando o entrevistado pede para não falar de um determinado assunto ou diz que não quer responder tais perguntas, por exemplo, esses pedidos devem ser respeitados, ou a confiança que o entrevistado credita no jornalista pode ir pelo ralo...
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PALAVRA CRUZADA, o jogo da entrevista - Júlio Maria
A REPORTAGEM - Nilson Lage
Marcadores: Jornalismo, Roger Q. Pires
A arte de escrever boas histórias
domingo, 3 de junho de 2007 por Ingrid Baquit
Marcadores: Ingrid Baquit, Literatura