" Câmera na mão para idéias nas cabeças"A produção audiovisual aqui na província sempre foi muito limitada, mas algo novo está para acontecer. A possibilidade de um curso de graduação em “cinema” ou audiovisual( ou as duas coisas) promete mudar esse cenário patriarcal.
Nesse último dia 15 ocorreu o seminário que deveria esclarecer parte de nossas dúvidas, idealistas pela implantação do curso de cinema e audiovisual em Fortaleza. “Profissionais” e autoridades da área promoveram um debate insoso que só assustou os aspirantes a cineastas(entenda-se como cienasta pessoa que faz qualquer tipo de “cinema”) que ali perderam seus feriados. Como diria a nossa querida Regina Duarte, “ gente, eu estou com medo!” São muitas fôrmas e poucas formas criativas indo de encontro a interessantíssima palestra de Cinema Expandido do professor doutor André Parente. O auditório da reitoria, que por sinal já foi a residencia de uma nobre família portuguesa, foi palco da ratificação do patriarcalismo dos profissionais do glamouroso cinema.
O público preconceituoso e pedante não mediu esforços para alimentar seu ego em perguntas que mais pareciam discursos à Mussolini. O que acontece é que esses incríveis profissionais do audiovisual cearense temem a explosão de cineastas dessa cidade, e perderem o seu joguinho de cartas marcadas que garante o seu sustento no final do mês.
Os filmes são produzidos para um pequeno grupo que vai a festivais e considera a opinião de alguns críticos de cinema como absoluta. As outras artes não estão isentas desse tipo de patologia, qual seria o nome dela mesmo? Silismo? Bravocentrismo? Existem diversas variações para esse tema, mas o nome desse blog é Emformação não Investigação, e se fosse não seria de patologias artísticas(ou não).
O curso deverá ser implantado em 2009.1 e tomara Deus que fuja das fôrmas e preze pelas variadas formas. O problema da implantação não é o equipamento, os professores e nem mesmo o dinheiro. Falta consciência e preparo para os que dominam a sagrada arte do cinema aceitarem essa revolução eminente.
notas levemente descontextualizadas
-Hoje é a estréia do meu caro amigo João Ernesto no blog, e também é meu primeiro texto em dupla postado aqui!
- A mostra dos filmes de Bergman e Antonioni já começou e aqui está a programação
07/08 - A Hora do Lobo (Vargtimmen, 1968). D: Ingmar Bergman
14/08 - Para não falar de todas essas mulheres (For att inte tala om alla dessa kvinnor, 1964)
21/08 - Zabriskie Point (idem, 1970) D: Michelangelo Antonioni
28/08 - Depois daquele beijo (Blowup, 1966). D: Michelangelo Antonioni
Marcadores: cinema, Darwin Marinho, Ernesto
Escritor por Darwin,
sexta-feira, 17 de agosto de 2007.
Deixe aqui a sua opnião.
sexta-feira, 17 agosto, 2007
Gostei muuuito mesmo do texto, refletiu com bastante sinceridade, sem rodeios o que foi visto no seminário (pelo menos foi de encontro com a minha opinião)
Ficou ótimo o texto em dupla, dá pra perceber bem os traços de darwin e de joão!
parabéns pela estréia joão!!!
o darwin continua com seu excelente trabalho por aqui! =]
sexta-feira, 17 agosto, 2007
resumiu mto bem a palestra do feriado de 4a feira..
nos resta mesmo acreditar que os profissionais do audivisual cearense temem uma expansão do cinema local e que essa expansão limite sua renda no fim do mês.. talvez por isso houvessem tantas perguntas "agourentas" à implementação do curso...
não podemos esquecer da realidade a ser encarada dos problemas quanto a renovação tecnlogica dos aparelhos necessarios, mto bem lembrada na palestra...
texto mto bom, mto critico e mto necessario.
valeu darwin e jão! parabéns!
sexta-feira, 17 agosto, 2007
Eu não vou alongar meu comentário pq tô meio apressada, mas quero deixar aqui que adorei muito o texto. A dupla aí deu certo demais, e o resultado foi ótimo!
Sorte pro João na coluna, seja bem vindo!
E pro Darwin, os parabéns de sempre.
sábado, 18 agosto, 2007
[para Darwin]
eu também não acho os grilos nojentos! o verde deles é bonito, da até pra ser inspiração para um novo layout, não?!
hahaha mas eles são medonhos sim... eles ficam imóveis com aquelas pernas deles... parece que vão voar em cima da gente!
e quando tiver um te olhado fixo, aí você vai me dar razão! =)
obrigado pelo comment! aaah o grilo do pinocchio!!! \o/
que legal, você estuda Cinema! é um otimo curso! eu pretendo estudar Ciencias da Computação!
bjos!
domingo, 19 agosto, 2007
Que confuso... Você critica num parágrafo o fato de não se procurar uma abertura pra produçao audiovisual aqui no Ceará, depois, lá no final, canoniza o cinema... ?!
Acho que o texto foi um tanto precipitado por querer retratar o panorama da produção de audiovisual do nosso estado apenas se baseando no que foi exibido em uma palestra. Tem muita coisa acontecendo além disso, vale a pena ter mais atenção.
domingo, 19 agosto, 2007
O que foi exposto tem embasamento tanto na produção, quanto no público...
produção restrita a nomes e o público aplaude o que for mais elogiado pela mídia ou por pessoas mais "cults".
Os projetos de socialização do cinema - mostras em bairros populares, etc- são de agora.
o texto foi feito às pressas e até alguns erros passaram em branco (Word faz falta nessas horas)...
no tocante ao que aconteceu no Seminário, os pontos que mais nos chamou atenção foi a arrogância do público, fato esse que pode exemplificar a cena local, que se baseia em formas, roteiros e diálogos já existentes...
Isso tende a mudanças...
isso vai mudar.
Karim parece que deve abrir uma nova etapa pro cinema cearense.
domingo, 19 agosto, 2007
Esse comentário foi feito por mim, João Ernesto...
terça-feira, 21 agosto, 2007
Eu fui a esse seminário e não gostei do que vi.
O que eu vi!?
Cineastas frustrados; pessoas enfatizando que o cinema não tem mercado para os profissionais formados em cinema e pessoas bem preparadas e influentes doidas para serem profs do curso que talvez tenha por aqui.
Conclusão?!
Bom texto e boa crítica.
Bem vindo João Ernesto Guevara
quarta-feira, 22 agosto, 2007
Darwin sempre surpreedendo com os textos. Toda vez que começo a ler teus posts, penso que vai seguir em uma direção e me engano. Adorei a crítica, concordo contigo. O que tememos é a mentalidade do curso e não só a infra-estrutura. Tomara que estejamos enganados. Gostei muito da tua colocação e visão sobre o tema e seminários. Um beijão.