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O discurso da novidade vem acompanhando a produção audiovisual desde os seus primórdios. Sempre que surge uma inovação nesse meio ela é acompanhada por uma retórica que por um lado tem um caráter publicitário e por um caráter profético-revolucionário (nada será igual depois desta invenção). Bem, infelizmente, quase sempre, há uma distância entre a “propaganda” e a realidade.
Quando a fotografia surgiu no século XIX muito desse discurso foi empregado, para uns ela representava o fim da pintura, uma máquina entrava no processo de representação da imagem, e diferente das outras (câmera escura, por exemplo) conseguia desenhar essa imagem sobre um suporte. E então, apertar um botão é arte? Charles Baudelaire fez um discurso efusivo contra a fotografia em seu texto Salon de 1859 – “A poesia e o progresso são dois ambiciosos que se odeiam de um ódio instintivo, e quando se encontram no mesmo caminho é preciso que um dos dois sirva o outro”. – Será que existe mesmo uma distância entre a arte e a tecnologia?
O que dizer do cinema, uma máquina que não apenas cuida da representação como também do modo de olhar. O que você consegue ver sem a máquina cinematográfica? Por outro lado o cinema cria um ambiente para o filme que insere o espectador em outra realidade, todo o ritual que acompanha ver um filme no cinema contribui para isso, fazendo surgir assim um novo conceito de arte, se a fotografia “afasta” a reprodução imagética da arte o cinema traz de volta.
Mas então surge a TV. E agora? A tv seria a imagem real, a inovação da tv é a transmissão que pode ser vista em qualquer lugar por quem quiser ver. Mas a tv transforma o espectador em um mero alvo, um ponto na taxa de audiência. E depois da TV vem a imagem informática! Agora não existe representação. A imagem é criada por um programa de computador e não existe fora dele. Qual seria a representação “real” de uma infogravura? A corrente elétrica percorrendo os circuitos do computador? Agora existe uma outra realidade, a maquinização chega ao seu estágio supremo consumindo todo o processo de criação, representação e visualização.
Agora que o texto chega ao fim... O que era mesmo que eu queria dizer no começo? Não sei direito, mas a partir de agora questões sobre o audiovisual em si serão tratadas aqui, esse texto seria uma “introdução” a essas questões que precisam ser discutidas até seu esgotamento. E então o que vocês acham dessa evolução da máquina como forma de representar a imagem? O que virá depois do second life e essa “revolução” informática?
Leia mais em:
Vídeo Cinema Godard – Felipe Dubois
nota:
Deixo aqui o meu protesto contra o cineclube da casa amarela que insiste em passar filmes ruins apenas porque estão na moda!
Marcadores: cinema, Darwin Marinho
Escritor por Darwin,
sexta-feira, 14 de setembro de 2007.
Deixe aqui a sua opnião.
sábado, 15 setembro, 2007
Bom, eu não domino o assunto, mas acredito que o progresso, as novidades logo que surgem sempre acabam levantando alguns questionamentos, que depois com o tempo vão sendo esclarecidos, e logo o que era novidade e até meio visto com "nariz torcido" passa a ser tão indispensável quanto qqr ferramenta, dependendo da área...
Pensando sobre as artes, se há uma distância entre a arte e a tecnologia... bom, eu acho que sim e ao mesmo tempõ, não. Sim, porque a arte pura seria a expressão do humano, dos movimentos por exemplo empregados na aplicação da tinta em uma tela, das cores, dos pincéis, ao mesmo tempo em que com a evolução das técnicas, utilizar um recurso da informática para produzir arte não deixa de ser autêntico, não deixa de ser um novo recurso, uma nova forma de arte... bom, acho q estou mais confusa do que qqr outra pessoa...
Mas esse é um assunto bastante interessante, totalmente pertinente. Continue, que vale a pena.
Um abraço!
sábado, 15 setembro, 2007
otimo texto !
sábado, 15 setembro, 2007
me senti no LEEA sem nunca ter ido em nenhuma reunião!
o texto traz muitos questionamentos, relfexões, com um q de gurpo de estudos.. gostei pq não teve prepotência, e sim uma humildade de discutir coisas q ainda não estão totalmente claras, respostas q não foram (e talvez nunca serão) integralmente respondidas..
bom, comentário confuso, mas gostei muito darwin!
aah, principalmente do comprometimento, de sair qnd td mundo ainda tá se divertindo pq tem responsabilidade com o blog!
sábado, 15 setembro, 2007
pois é... as reuniões do LEEA bombaram nesse texto... mas é sempre bom discutir essas coisas...
segunda-feira, 17 setembro, 2007
Eu adoro tecnologia, facilita as coisas...
mas acaba com o charme.
realmente apertar um botão não deveria ser arte.
coluna inovando é?!
q massa!!
Apóio o protesto!!!