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Segunda-feira macabra para os fãs de cinema. Dois grandes cineastas europeus morreram dia 31/08, o sueco Ingmar Bergman, 89, e o italiano Michelangelo Antonioni, 94.
"O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipe. O diretor está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é se fazer perguntas; filmar é encontrar as respostas. Nada poderia ser mais classicamente romântico (Jean-Luc Godard, “Bergmanorama”, Cahiers du cinéma, Julho – 1958)”.
Os filmes de Bergman lidavam com questões existenciais como a morte, a fé, a solidão. Tinham
uma forte carga telúrica, a Suécia era sempre representada nos seus filmes. Iniciou sua carreira no teatro, escrevendo o roteiro de “Morte de Kasper’. Em 1944 escreveu o roteiro para o filme “Hets” e fez seu primeiro filme “Kriss( Crise)” em 1945. Certa vez Woody Allen falou que Bergman era "provavelmente o maior artista cinematográfico, levando em conta o conjunto da obra, desde a invenção da câmera de cinema" .
Bergman dirigiu mais de 50 filmes, fez programas para tv, peças de teatro e uma das cenas mais famosas de todo o cinema, onde um cavaleiro joga xadrez com a morte no filme “O sétimo selo”, que é uma alegoria dos anos da peste negra medieval. Ele recebeu três Oscars na categoria de melhor filme em língua estrangeira além de outras indicações a melhor diretor, melhor roteiro e melhor filme.
"Nos lugares vazios e silenciosos do mundo, ele encontrou metáforas para iluminar os lugares silenciosos de nossos corações, e encontrou neles, também, uma estranha e terrível beleza: austera, elegante, enigmática, assombrada", afirmou o ator Jack Nicholson, que protagonizou o filme Profissão: Repórter, ao entregar a Antonioni o Oscar pelo conjunto da obra em 1996 – que foi roubado da casa de sua casa meses depois.
Antonioni veio romper com o cinema neo-realista italiano que mostrava o drama da classe
operária no período pós-guerra (veja o filme Ladrões de Bicicleta de Victorio de Sica). Seus filmes se concentravam nas experiências de uma burguesia alienada, tendo feito filmes patrocinados pelo partido fascista. Formado em economia ele passou a escrever para a revista fascista Cinema, dirigida pelo filho de Mussolini, depois passou a freqüentar a escola de cinema
Centro Esperimentale, onde fez vários documentários.
Algumas pessoas consideravam seus filmes muito pretensiosos e intelectuais, seria um cult
forçado, outros, como Martin Scorcese o descreve como “um poeta com uma câmera na mão”. Para muitos é considerado o cineasta da modernidade, por abordar temas como a falta de comunicação e a angústia. Assim como Bergman a solidão era um tema recorrente em seus filmes.
Destacou-se no cenário cinematográfico italiano ao fazer o filme “A Aventura”, Em 1966 fez Blow up – Depois daquele beijo que foi o seu primeiro filme em inglês, e recebeu indicação ao Oscar de melhor diretor. Em 1982 sofreu um derrame e teve a fala prejudicada, mesmo assim em 1995 dirigiu o filme Além das Nuvens junto com o alemão Win Wenders. No ano seguinte recebeu o Oscar pelo conjunto da obra.
p.s Existe uma probabilidade do Cine-clube da Casa Amarela passar uma mostra com os filmes de Bergman e Antonioni, caso seja confirmado eu avisarei aqui!
nota descontextualizada
No meu último post nessa coluna eu falei sobre cinema e música, bem, esqueci de mostrar um joguinho pra testar seus conhecimentos sobre a música no cinema...então segue o link aí, divirtam-se!
Marcadores: cinema, Darwin Marinho
Escritor por Darwin,
sexta-feira, 3 de agosto de 2007.
Deixe aqui a sua opnião.
sexta-feira, 03 agosto, 2007
excelente
sexta-feira, 03 agosto, 2007
ótimo post!
domingo, 12 agosto, 2007
Bergman era muito foda! Uma perda lastimável pro cinema.